PF conclui investigações e diz que autor do atentado em frente ao STF agiu sozinho
29/04/2025
(Foto: Reprodução) Investigações da PF também apontam que motivação do crime foi extremismo político. Em novembro do ano passado, Francisco Wanderley Luiz detonou explosivos em frente ao STF, e acabou morrendo. Homem morre após detonar explosivos em frente ao STF
A Polícia Federal (PF) concluiu, nesta terça-feira (29), as investigações sobre o atentado à bomba na Praça dos Três Poderes, ocorrido em novembro do ano passado. Segundo a corporação, o autor do ataque agiu sozinho e a motivação do crime foi extremismo político.
Em 13 de novembro de 2024, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, detonou explosivos em frente ao edifício do Supremo Tribunal Federal (STF), por volta das 19h30, e acabou morrendo.
Ele também é o dono do veículo que explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados — nos arredores da praça —, momentos antes da explosão das bombas.
Francisco Wanderley Luiz é de Rio do Sul, em Santa Catarina, e havia sido candidato a vereador na cidade pelo PL, em 2020. Na ocasião, ele teve apenas 98 votos.
13 de novembro - Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, detonou explosivos e morreu em frente ao Supremo Tribunal Federal. Seu carro também explodiu no estacionamento perto da Câmara dos Deputados.
Reprodução/Tv Globo
Segundo a PF, foram utilizados diversos meios de prova para a conclusão das investigações. Todo o material consta em relatório sob sigilo, enviado ao relator no Supremo, ministro Alexandre de Moraes.
Os investigadores analisaram as comunicações, dados bancários e fiscais de Francisco Wanderley, além de exames periciais em todos os locais vinculados aos fatos.
A reconstituição cronológica das ações do autor antes e durante o atentado e a oitiva de mais de uma dezena de testemunhas também contribuíram para a conclusão da apuração, segundo a PF.
Relembre o caso
Em 13 de novembro do ano passado, duas explosões, em um intervalo de cerca de 20 segundos, ocorreram perto do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, no início da noite.
➡️Por volta das 19h30, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas, havia fogos de artifício e tijolos. O carro era de Francisco Wanderley Luiz, cidadão de Rio do Sul, em Santa Catarina.
➡️Cerca de 20 segundos após o episódio no estacionamento, Francisco morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes (que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto).
➡️Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.
➡️Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. A blusa foi lançada na estátua em frente ao Supremo.
➡️Quando o segurança tentou se aproximar, o homem "abriu a camisa" e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram. Depois, ele se deitou no chão, acendeu o último artefato e colocou na cabeça como um travesseiro.
➡️No Boletim de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, "manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições".
➡️O esquadrão antibombas foi ao local para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu.
➡️No momento do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas.
➡️A sessão do STF já tinha terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança.
Francisco Wanderley Luiz
Reprodução/TV Globo
Quem era Francisco Wanderley Luiz?
Morador de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, Francisco Wanderley era solteiro, atuava como chaveiro e tinha dois filhos, de 37 e 38 anos, do primeiro relacionamento.
Ele foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu. Na ocasião, ele teve apenas 98 votos.
Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, antes de realizar o atentado.