Mulher denuncia racismo após abordagem abusiva de segurança em mercado do Lago Norte, no DF
Mulher denuncia racismo em mercado no Lago Norte
A bancária Ana Carolina Morais denuncia ter sido vítima de racismo em um mercado localizado no Lago Norte, no Distrito Federal, no último dia 5.
Durante o horário de almoço, ela entrou no mercado Big Box para comprar comida, mas saiu sem levar nada por não encontrar o que queria.
Ao deixar o estabelecimento, ela foi abordada no estacionamento por um segurança que a acusou de furto.
Mesmo após mostrar sua bolsa e comprovar que não havia levado nenhum produto, Ana Carolina continuou sendo pressionada pela equipe de segurança do mercado.
A abordagem só cessou quando ela ameaçou acionar a polícia.
“Foi uma abordagem muito pesada. Ele já foi pedindo para ver minha bolsa. Disse que recebeu uma denúncia lá dentro do mercado de que eu tinha levado algo”, relatou Ana.
Segundo ela, outros clientes não foram abordados da mesma forma.
“Eu já tinha presenciado outros clientes saindo do mercado e nunca vi uma abordagem como essa. E eu posso dizer com toda certeza: o racismo dói. Foi isso o que senti, doeu muito me deparar com uma situação dessas”, desabafou.
Ana registrou um boletim de ocorrência na 9ª Delegacia de Polícia Civil do Lago Norte e pretende entrar na Justiça contra o mercado.
“Quando a gente sofre um crime como esse, a gente fica de mãos atadas. A gente tem medo, a gente se vê diante do medo”, afirmou.
Até o momento, o mercado Big Box não se pronunciou sobre o caso.
Casos de injúria racial e racismo no DF
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), até julho deste ano, foram registrado 476 casos de injúria racial e 25 de racismo.
Desde 2023, a injúria racial passou a ser tipificada na Lei do Racismo (Lei n° 7.716/89), tornando a punição mais severa, com reclusão de dois a cinco anos, além de multa.
O crime é imprescritível e não permite fiança.
Entenda a diferença entre racismo e injúria racial
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